Zulmira, dona de casa suburbana e Tuninho, típico carioca que possui a mais improvável das profissões: desempregado. O casal não têm filhos.
O marido Tuninho possui uma paixão:o Vasco da Gama.
Ele é torcedor fanático. O texto fala sobre a semana da decisão de campeonato quando Vasco disputa a final com o Fluminense. A peça é a trajetória deste casal ao encontro dos seus destinos. Eles são engraçados e em alguns momentos o texto se aproxima da comédia. Zulmira é absorvida pela ideia de uma mulher loura que irá destruir sua vida, como afirmou a cartomante. Procura uma funerária e encomenda para si própria o caixão mais caro. Converte-se de forma radical. Tudo isso exaspera o marido, que sequer desconfia do caixão. Um tom melancólico e brejeiro dos subúrbios desenhado nas personagens ganha destaque. A cena da morte de Zulmira é antológica. Nela a peça começa a mostrar um fundo falso. Zulmira faz uma última revelação, ou melhor, seu último pedido. Pede ao marido que vá à funerária encomendar o seu enterro que deseja ser o mais caro.
Texto de: Nelson Rodrigues
Direção: Marco Antônio Braz
| Lucélia Santos Rodrigo Fregnan Lara Córdulla Willians Mezzacapa Léo Stefanini Gésio Amadeu Alessandro Hernandez Lívia Ziotti Luciana Caruso Tatiana de Marca Claudinei Brandão Rafael Boese Jady Forte Jackie Obrigon |
Zulmira Tuninho Madame Crisálida Timbira Pai / Pimentel Oromar / 2º cunhado / Doutor Borborema Chofer / Nelson Rodrigues Sobrenatural de Almeida Primeiro parceiro / Segunda vizinha Segundo parceiro / Outro fulano Primeiro funcionário 2º funcionário / Fulano / Contra regra Criança / Primeira vizinha Mãe |
Direção geral e artística: Marco Antônio Braz
Assistente de direção: Léo Stefanini
Cenário e adereços: J. C. Serroni
Figurino: Telumi Hellen
Iluminação: Wagner Freire
Trilha: Tunica Teixeira
Imagens e projeção: Andre Hã
Fotos: João Caldas
Produção executiva: Egberto Simões
Direção e coordenação de produção: Selma Morente e Celia Forte
Produção: Morente Forte Produções Teatrais
O espetáculo faz parte do projeto do SESI-SP -Nelson Rodrigues 100 Anos.
Momento histórico na história do teatro brasileiro e na carreira da atriz Lucélia Santos – a eterna musa de Nelson Rodrigues – que depois de 28 anos se reencontra com um texto rodriguiano – seu último trabalho baseado em uma obra do anjo pornográfico foi na minissérie “Meu Destino é Pecar”, da TV Globo em 1984. Pela primeira vez, em 40 anos de carreira, Lucélia Santos protagoniza uma peça de Nelson Rodrigues.
Em 1965, Leon Hirszman dirigiu o filme “A Falecida”, baseado na peça homônima de 1953. Com produção de Joffre Rodrigues e Aluísio Leite Garcia. No elenco: Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, Ivan Cândido, Joel Barcelos e Vanda Lacerda.
Em 1953, estava em voga o realismo socialista, teoria segundo a qual todas as histórias deveriam ter um final positivo ressaltando as conquistas do proletariado. Contra a corrente, o que importava para o dramaturgo era o indivíduo. “Marx que vá tomar banho!” O tema da obsessão retorna agora voltado para a morte. Poderá um enterro de luxo compensar uma vida simples e miserável? “A Falecida” marca o reencontro do teatro de Nelson Rodrigues com o sucesso comercial. Cansado de desagradar às plateias conservadoras, aos críticos e à censura, resolveu agradar a si mesmo e a seu público.
Temporada: 08 de setembro á 02 de dezembro de 2012.
Teatro do SESI-SP – Av.Paulista, 1.313 (Metrô Trianon-Masp)
Novo elenco de “A Falecida” para a turnê “Teatro na Copa do Mundo Brasil 2014” por algumas das cidades sedes dos jogos como Rio de Janeiro, Cuiabá, Recife, Fortaleza e Natal.
Com: Eduardo Silva, Walter Breda, Anamaria Barreto, Alessandro Hernandes, Aline Volpi, Edivaldo Zanotti, Willians Mezzacapa, Vivi Masolli e Vladimir Camargo.